segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

O perigo atômico mundial segundo a Federação de Cientistas Americanos: quantas bombas atômicas há?


Quantas bombas atômicas existem no mundo? Quem é quem no ranking?  Quantos países as possuem?  Segundo o quadro acima, as 15,375 bombas atômicas existentes no Planeta estão nas mãos de nove países. Do total, 93% estão nas mãos dos Estados Unidos da América e da Federação Rússia. A Rússia teria 7.300 exemplares de bombas nucleares e os Estados Unidos 6.970. Outros setes países ficam com os 7% do arsenal restante. Como se vê no gráfico, a França tem 300, a China 260, o Reino Unido 215, o Paquistão possui 130 e a Índia sua vizinha 120. No final da lista aparecem Israel com 80 unidades e a  Coreia do Norte com 15. 


Os dados são do Relatório do Arsenal  Mundial das Armas Nucleares (World Nuclear Weapons Stockpile Report) divulgado pela Federação de Cientistas Americanos (FAS). O auge da corrida nuclear ocorreu na metade dos anos 80  quando o número de armas estocadas passou dos 70 mil. Desde então, muitos países abandonaram projetos de construirem suas armas e levarem em frente seus programas. Os autores do estudo, Hans Kristensen e Robert Norris dizem que a notícia é positiva, que o arsenal encolheu e que a direção também é positiva mas alertam que quando se está fugindo de um incêndio florestal, não é só a direção do fogo mas a velocidade dele que preocupa.  Os autores do Relatório do Arsenal  Mundial das Armas Nucleares pertencem ao Ploughshares Fund que trabalha pela redução das ameaças nucleares antes que seja tarde. Eles afirmam que 25 anos após o fim da guerra fria, os números ainda são ameaçadoramente altos.  

Para saber mais e conhecer a situação do estoque atômico nas mãos de um grupo de países, até agora, clique no link do relatório, onde aparecerá a imagem publicada acima. Note que ao lado do nome de cada país aparece um link para  o relatório sobre aquele país. Os números são estimativas, pois nessa área não se sai falando por aí o que este ou aquele país faz ou tem. A simples existência de uma ONG como a Ploughshares Org é um ponto positivo para o currículo da sociedade civil organizada nos Estados Unidos. Governos, organizações e indivíduos podem contribuir para a causa não só do controle como da proibição de uso de armas nucleares.  


O que é 'ploughshares'

Estátua de bronze "Vamos transformar nossas espadas em relhas de arado", Nova York ONU, autor Evgeny Vuchetich (1959)

A ideia de "ploughshare" (relha de arado) como símbolo contra a guerra é tirada da Bíblia. Isaías 2:4 diz: 

"E ele julgará entre as nações, e repreenderá a muitos povos; e estes converterão as suas espadas em relhas de arado, e as suas lanças em foices; uma nação não levantará espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra". (Versão João Ferreira de Almeida)   

Para saber mais  

Em julho, deste ano (2017), Brasil e Argentina comemoram 26 anos da assinatura do "Acordo de Guadalajara (México) para o uso exclusivamente pacífico da energia nuclear". O acordo determinou a criação da Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (Abacc) para verificar o compromisso assumido por Brasil e Argentina e para administrar o recém-criado Sistema Comum de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares. "Poucos meses mais tarde, no ano de 1991, diz o site do Itamaraty reproduzindo material da ÉPOCA, os dois países assinavam o Acordo Quadripartite com a Abacc e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Foi a primeira vez que Brasil e Argentina negociaram como uma delegação junto a um organismo internacional. O Blog de Foz nunca deixou de exaltar a humilde mas importante participação de Foz do Iguaçu neste histórico evento cedendo espaço em sua estrutura para a assinatura do Acordo que eliminou a bomba atômica do cardápio de armas argentinas e brasileiras. Relembre essa história
 


Nenhum comentário: